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Mulher cuida de 580 cachorros abandonados

Mulher cuida de 580 cachorros abandonados no Rio

Isabel Nascimento também abriga bodes, cavalos e gatos.
Arquitetura da casa onde vive foi modificada para receber os animais.
Do G1, com informações do Globo Repórter
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Mais um cão doente encontrado na rua. Uma cena que se repete pelo menos 50 vezes por dia na sede da Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Veja o site do Globo Repórter

"O bicho depende da gente, é como se fosse uma criança. Se a gente não correr para socorrer, não tem jeito", diz a técnica em contabilidade Ana Lúcia Genaro.

Abandonados, espancados, feridos com gravidade. Vira-latas ou cães de raça; filhotes ou adultos – não importa. Mais de 5 mil cachorros já foram deixados na Suipa este ano. Um canil superlotado, um imenso asilo de animais que ninguém quer. Todos esperam por adoção, menos os pitbulls, ex-cães de rinha apreendidos pela polícia. Mas eles são só chamego com a presidente da Suipa, Isabel Cristina Nascimento.

Pelé, o "do gato", assim chamado por cultivar amizades incomuns para um pit bull, é o mascote da Suipa. "Na realidade, ele é um pitbobo", brinca Isabel Cristina.


  Nos ares
Ela ama os animais, mas começou amando aviões. Aeromoça, percorreu os quatro cantos do mundo. Depois saiu da aviação, comprou uma casa no Rio e entrou na Suipa. Aí, descobriu que o que voa mesmo é notícia. "O povo começou a saber que eu era da Suipa e começou a jogar (os animais). Fiquei com uns 60 lá e acabei me mudando", conta.

Os 60 cães foram junto com ela para um sítio em Niterói. Eram 60. Hoje são 580 cachorros, sem contar os bodes, cavalos, gatos e outros inquilinos ainda por chegar. "Nós vamos colocar os galos de briga que não queremos que virem sopa. Também estamos tomando conta porque eles foram retirados de rinha", adianta.

Isabel Cristina fez uma opção de vida. Alguns amigos nem a visitam mais. Até porque não é muito fácil entrar na casa da anfitriã. "Ninguém me assalta!", avisa.

  Arquitetura modificada
Gatinhos na varanda. Casinhas amontoadas no sofá da sala. E uma surpresa em cada porta. Não há um só cômodo que não esteja ocupado. "Eu não tenho mais onde enfiar cachorro. Então, peguei a casa e transformei os cômodos em canis. Na cozinha, tem um cachorrinho", conta Isabel Cristina.

A área de serviço também foi ocupada. E assim são cumpridas todas as tarefas domésticas. Da roupa lavada à preparação do almoço, Isabel Cristina está sempre na companhia dos animais.

Cada gato é como um filho para a veterinária Andréa de Jesus Lambert, que tem mais de 60 em casa. Ela começou recolhendo bichinhos doentes, mas, depois de curá-los, não tem mais coragem de botá-los no olho da rua.

"Acabei com a casa cheia de gatos porque estou tentando melhorar a vida deles, tentando dar um dono, uma vida digna. As pessoas não fazem isso, pelo contrário, elas abandonam. Todos que estão aqui tinham donos e foram abandonados, nenhum nasceu na rua", conta.

Andréa esteriliza os gatos e procura por pessoas que possam adotá-los. Mas é mais fácil achar gente disposta a se desfazer dos bichos do que interessados na adoção. "Deixam o animal indefeso e acham que ele não tem sentimento e pode ser descartado como objeto. A falta de amor é que me incomoda mais", diz Andréa.

  Esterilização
No ano passado, só a prefeitura do Rio de Janeiro esterilizou 10,5 mil cães e gatos. O problema é que cada casal de animal não esterilizado é capaz de gerar até 40 filhotes por ano, e ninguém sabe direito quantos desses animais são abandonados todos os dias nas ruas do Rio.

Projeções com base em estatísticas da Organização Mundial de Saúde estimam cerca de 10 milhões de gatos no Brasil e 20 milhões de cães. Não dá para saber quantos foram abandonados. Certo mesmo é que um dia todos tiveram um dono.

"O animal humano tem que, primeiro, perguntar: 'Por que eu quero ter um animal em casa, se é um ser vivo que vai durar, em média, no caso do cão, uns 15 ou 16 anos?'. Essa é a primeira pergunta para começar a diminuir o abandono", orienta Isabel Cristina.

Ana Lúcia fez essa pergunta a si mesma no momento em que achou um cão doente na rua e o levou para a Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa). Não quis voltar para casa de mãos vazias e achou que podia encontrar a resposta no berçário dos filhotes. Por alguma razão, uma vira-lata malhada foi parar no seu colo.

  Adoção
"Quando a gente entra ali, parece que todos eles pedem para vir. E tem um que você acha que tem que ser aquele, não tem explicação", diz.

A papelada de praxe, o compromisso assinado. Tudo rápido e simples. Meia hora de viagem pelo subúrbio do Rio e, pronto, a cachorrinha já tem um novo lar. O marido ficou sabendo na hora.

"Uma cachorrinha. Bom, muito bom!", elogia. "Ele já está acostumado", diz Ana Lúcia. Para quem já tem cinco vira-latas adotados, um a mais... Mel, a cadelinha, já se sente em casa. E Ana Lúcia agora já sabe por que quis adotar mais um cão.

"A gente pensa que está fazendo bem para o bicho, mas acaba fazendo bem para a gente. É uma troca. Essa é a parte mais interessante, não tem preço. Ele me dá amor. E quem não gosta de receber amor? Dizer que ama é muito fácil. Eles não dizem, eles mostram. Eles não raciocinam, então, demonstram no olhar, numa lambida. Tudo isso é amor. Eu, pelo menos, vejo dessa maneira", finaliza Ana Lúcia.

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